• Cor: a alma do Design
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“A forma é o corpo da cor, a cor é a alma da forma”
Karl Gerstner • designer suíço nascido em 1930 e que tive a maravilhosa oportunidade de estar num evento onde ele falou justamente sobre esse tema, sobre o qual trocamos algumas palavras.
A frase acima é para mim a que mais define o que é a cor e qual a sua importância em tudo que colore.
A relação sinestésica das cores — ou seja o que existe em cada uma, além do pigmento — como as sensações, o ritmo, gosto, cheiro são características que fazem com que cada uma delas adicione a cada criação gráfica, mais do que simplesmente uma composição em CMYK, RGB etc.
Cor é mais que isso.
Uma escolha errada para uso em um logotipo, identidade visual, cartaz, tipografia, cenografia etc, é como se uma noiva se vestisse de preto em seu casamento; como se tivéssemos que comer uma maçã azul ou distribuíssemos corações verdes no dia dos namorados. Causaria estranheza, sentiríamos como se tudo estivesse errado.
Muitos escolhem a cor que será usada em sua criação, apenas levando em conta o gosto pessoal, e não o senso estético, o público, objetivo de comunicação ou mercado.
Se eu quiser me casar de preto, por gostar dessa cor, posso até fazer isso, mas terei que assumir o risco, escutar críticas e tantos outros comentários devido ao meu gosto pouco comum. Até aí, tudo bem, o problema seria único e exclusivamente meu.
Mas seria complicado apostar no preto para lançar uma nova coleção de vestidos de noivas. O preto não carrega consigo a alma de pureza, leveza, virgindade, serenidade que o branco possui. Mas seria até possível criar um logotipo para uma loja de noivas baseado no preto e branco que terá, neste caso, uma relação com elegância, seriedade.
Muitas pessoas usam as cores para ajudar a criar um clima. Nós, mulheres, usamos vermelho para ficar mais sedutoras, mas também podemos usar um pretinho básico com este mesmo motivo, e ainda usar esse mesmo preto para representar tristeza, solidão ou medo.
Ou seja, uma mesma cor pode ser chique, fina, séria, sedutora, fria, triste e melancólica. Serve para estar elegante em uma festa ou demonstrar a dor em um velório.
Só a cor é capaz de tanta dualidade de alma e isso ocorre pela sua sinestesia e associações psicológicas e fisiológicas.
Um logotipo também se veste com cores, e essa relação deve ser pensada inicialmente do mesmo modo, para que depois a gente desmembre todas as possibilidades de associações cromáticas existentes.
Como já escrevi muito sobre cores, abaixo uma relação de textos onde você poderá se aprofundar mais:
• As Cores do Sexo – trata de como as cores podem ajudar em um relacionamento. Este texto foi originalmente escrito para o site guia do sexo do UOL em 2002 e que me fez parar no extinto programa Noite Afora com a Monique Evans falando de cores e sexo. Tenho a gravação e prometo que um dia coloco aqui, já que muito me pedem.
• O Mistério das Cores – escrito para revista ZUPI
• O Fabuloso Destino das Formas e das Cores – escrito para a ZUPI
• Como as Cores mudam sua vida – escrito para a revista Estar Bem onde tenho uma coluna que aborda somente o assunto cores.
• Todos os artigos sobre cores das edições já publicadas da Revista Estar Bem.
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